sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Missões

           Marcos 16.15 não deve ser lembrado como uma frase de efeito. É um texto bastante interessante que, a cada leitura, merece reflexão. Jesus ordena aos seus discípulos: “Ide por todo mundo, preguem minha palavra”. E os discípulos prontamente obedeceram como mostra o versículo vinte. Tanto é que esta maravilhosa palavra um dia chegou até nós. Então, qual seria o problema de Mc 16.15?
           Não há nenhum, mas tem gente que vê. E o problema está no rótulo. Rotular aquilo que deveria ser intrínseco (essencial) ao cristão. Hoje há equipe de evangelismo (como se só aquelas pessoas pudessem falar de Jesus). Departamento de missões (como se só aquelas pessoas se preocupassem com a causa missionária). Alocaram o que é essencial ao que é secundário. Há igrejas que nem falam desses assuntos. E quando falam é no intuito de arrebanhar discípulos para si e não para o Mestre.
Há quem não goste de evangelismo. Há também quem não goste de missões. E é possível descobrir o porquê: Missões não é (e não pode ser) um departamento. Fazer missões não permite que ninguém alcance “degraus” eclesiásticos. As promessas (ou sinais) relacionadas a missões não são bens materiais. Fazer missões é visto por muitos como algo muito distante ou que somente pessoas “especiais” (pessoas que larguem tudo, etc.) possam realizá-lo. Fazer missões é um trabalho que (aparentemente) não rende frutos imediatos.
Em Atos 1.8, Jesus explica o que muitos não entenderam (ou não quiseram entender) no texto de Mc 16.15. Jesus deseja que fique bem claro aos discípulos o que Ele almeja. O Mestre nos diz o que ganharemos quando o recebermos em nossos corações (o Espírito Santo) e anseia que sejamos suas testemunhas. Mas testemunhas do que? É simples. É falar do que Ele fez em nossas vidas. Que Ele deu sua vida para que tivéssemos vida.
Para aqueles que mergulham nas “regras” e “preceitos” de homens se torna tão óbvio, tão pequeno falar do amor de Deus que não vêem a importância de pregar a palavra (“eu não preciso falar disso”). Em Apocalipse 2.4, o Mestre reitera a necessidade de se ter o primeiro amor. Abandoná-lo é esquecer-se de tudo o que Jesus fez e cair na mornidão espiritual.
Jesus é tão longânime conosco que ainda delimita a amplitude do campo missionário. Pode-se ser testemunha em casa. Na parentela. Na rua. No trabalho. No bairro. No município. No estado. Na região. No país. No continente. No mundo. Missões representa muito mais do que pertencer a este ou aquele departamento. Nossa missão é mostrar às pessoas o que Jesus faz. Nossa missão é salvar vidas.